4.10.14

Vivemos sempre sem pedir licença. Cantávamos cantigas proibidas. Vencemos os apelos da descrença que não deixaram mágoas nem feridas. Clandestinos do amor, sábios e loucos. Vivemos de promessas ao luar, das noites que souberam sempre a pouco, sem saber o que havia para jantar. Mas enquanto olhares para mim, eu sou eterna. Estou viva enquanto ouvir a tua voz. Contigo não há frio nem inverno e a música que ouvimos vem de nós. Vivemos sem saber o que era o perigo, de beijos e de cravos encarnados, do calor do vinho e dos amigos, daquilo que para os outros é pecado. Tu sabias que eu vinha ter contigo. Pegaste-me na mão para dançar, como se acordasse um sonho antigo. Nem a morte nos pode separar. Nós somos um instante no infinito, fragmento à deriva no universo. O que somos não é para ser dito, o que sente não cabe num só verso. Enquanto olhares para mim, eu sou eterna. Estou viva enquanto ouvir a tua voz. Contigo não há frio nem inverno. E a música que ouvimos vem de nós.

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